Na prática de enfermagem, o conhecimento profundo sobre diferentes tipos de drenos e os cuidados necessários é essencial para garantir a prestação de cuidados de qualidade aos pacientes.
Este artigo explora de maneira abrangente três tipos fundamentais de drenos, destacando suas características distintas, aplicações clínicas e potenciais complicações.
Além disso, dedicaremos atenção especial aos cuidados de enfermagem essenciais que permeiam o manejo adequado desses dispositivos.
Dreno de sucção, portovac ou hemovac
Os drenos desempenham um papel fundamental no cuidado pós-operatório e no tratamento de diversas condições médicas.
Três tipos distintos de drenos são frequentemente empregados em contextos clínicos específicos: os drenos de sucção, de Penrose e de tórax.
Este artigo explorará a aplicação e as considerações individuais de cada tipo de dreno, revelando a complexidade por trás de sua utilização clínica.
Aprofundando-se nesse panorama, descobriremos como esses dispositivos impactam positivamente a recuperação dos pacientes.
Acompanhe-nos nesta jornada esclarecedora sobre os diversos drenos médicos.
O que é um dreno de sucção
Um dreno de sucção também conhecido como portovac ou hemovac é um dispositivo utilizado para remover fluidos ou ar de uma área específica do corpo, como uma ferida cirúrgica ou um espaço pós-operatório.
Esse tipo de dreno é projetado para criar uma pressão negativa, aspirando os fluidos indesejados para fora do corpo, facilitando assim a cicatrização e reduzindo a formação de coleções de fluidos.
Para que serve e quando é usado
O dreno de sucção consiste geralmente em um tubo flexível conectado a um recipiente coletor ou sistema de vácuo.
O tubo é inserido na área cirúrgica ou no local da ferida, permitindo que o líquido seja aspirado e direcionado para o recipiente coletor.
O sistema de vácuo controla a pressão e o fluxo do líquido, otimizando a eficácia da drenagem.
Esses drenos são frequentemente utilizados após cirurgias abdominais, torácicas ou plásticas, bem como em situações em que há acúmulo de fluido ou ar, como traumas.
Quais as complicações do dreno
O uso de dreno de sucção, embora seja uma prática comum e eficaz em muitos procedimentos médicos, pode estar associado a algumas complicações.
É crucial que os profissionais de saúde estejam atentos a sinais de potenciais problemas. Algumas complicações possíveis incluem:
- Infecção:
- O local de inserção do dreno é suscetível a infecções. A presença contínua do tubo pode servir como uma porta de entrada para micro-organismos, aumentando o risco de infecções locais.
- Obstrução do Tubo:
- O dreno pode ficar obstruído por coágulos sanguíneos, tecido necrótico ou outros materiais, reduzindo a eficácia da drenagem.
- Deslocamento ou Retirada Acidental:
- O dreno pode se deslocar ou ser inadvertidamente removido, comprometendo a função adequada e aumentando o risco de complicações.
- Reação Alérgica ou Irritação:
- O paciente pode desenvolver reações alérgicas aos materiais do dreno ou experienciar irritação na pele ao redor do local de inserção.
- Desconforto para o Paciente:
- O uso do dreno pode causar desconforto ou dor para o paciente, o que pode afetar a qualidade de vida durante a recuperação
É essencial que a equipe de saúde monitore de perto o paciente, realize avaliações regulares, e esteja preparada para intervir prontamente diante de sinais de complicações, garantindo uma gestão eficaz do dreno de sucção.
Cuidados de enfermagem
O manejo adequado do dreno de sucção é uma parte fundamental dos cuidados de enfermagem. Os profissionais devem estar atentos a vários aspectos para garantir a eficácia do dreno e minimizar complicações. Aqui estão alguns cuidados e considerações essenciais:
- Higiene das Mãos:
- Antes de tocar no dreno ou realizar qualquer procedimento associado, é crucial lavar as mãos de acordo com as práticas de higiene estabelecidas.
- Fixação Adequada:
- Garantir que o dreno esteja devidamente fixado e seguro para evitar deslocamentos ou desconforto adicional para o paciente.
- Verificação de Obstruções:
- Verificar se há obstruções no tubo do dreno, garantindo um fluxo contínuo.
- Curativo no local da inserção
- Realize o curativo no local da inserção conforme orientações, observe e anote qualquer sinal flogistico.
- Educação do Paciente:
- Fornecer informações claras ao paciente sobre o dreno, sua finalidade, cuidados necessários e sinais de complicações. Instruir sobre a importância da comunicação imediata de qualquer preocupação.
Cuidados de enfermagem ao desprezar o conteúdo
- Pinçamento da Extremidade:
- Localize a extremidade do dreno e, com cuidado, pinça-a para evitar refluxo de ar sempre que for necessário desprezar o conteúdo do dreno.
- Compressão Gradual:
- De maneira gradual e controlada, comprima a extremidade da “sanfona” para expulsar o ar e feche-o para que o mesmo continue exercendo pressão negativa.
- Registro Detalhado:
- Manter um registro detalhado das observações, intervenções e respostas do paciente. Isso auxilia na avaliação do progresso e na detecção precoce de complicações.
- Anotar o débito do dreno ao longo do tempo, o que é crucial para avaliar a eficácia da drenagem e identificar qualquer mudança significativa.
Ao seguir esses cuidados e práticas, os profissionais de enfermagem contribuem para a segurança e o bem-estar do paciente, garantindo que o dreno de sucção cumpra sua função de maneira eficaz e minimizando riscos potenciais.
Dreno de penrose
O que é um dreno de penrose
Um dreno de Penrose é um dispositivo de látex flexível empregado em procedimentos cirúrgicos, utilizado para drenar fluidos corporais, como sangue ou pus, de uma determinada área do corpo.
O dreno de Penrose é frequentemente utilizado em cirurgias para ajudar na remoção de fluidos acumulados, evitando a formação de hematomas ou abscessos.
Quais as complicações do dreno
Cuidados de enfermagem
- Ocluir com bolsa estéril ou com gaze estéril por 72 horas. Após esse intervalo de tempo, os cuidados com a bolsa estéril fica a critério médico.
- Proteger o dreno durante o banho.
- Antes de iniciar o curativo, inspecionar o local de inserção do dreno por meio de palpação.
- Realizar troca de curativo a cada 24 horas ou sempre que necessário.
- Avaliar a pele circundante (aspecto da pele, presença de hiperemia, calor, dor, edema).
- Manter um registro detalhado das observações, intervenções e respostas do paciente. Isso auxilia na avaliação do progresso e na detecção precoce de complicações.
Dreno de tórax
O que é um dreno de tórax
Um dreno de tórax é um dispositivo usado para remover o ar ou fluidos acumulados na cavidade torácica, entre os pulmões e a parede do peito.
O dreno de tórax é composto por um tubo flexível conectado a um reservatório. O tubo é inserido na cavidade torácica por meio de uma pequena incisão na parede do peito, permitindo que o ar ou fluido seja drenado
Este tipo de dreno é frequentemente utilizado em situações como, cirurgias torácicas, traumas no peito, pneumotórax (acúmulo de ar no espaço pleural) ou derrames pleurais (acúmulo de líquido na cavidade pleural).
Quais os materiais para passagem do dreno
- par de luvas estéril;
- Avental estéril, gorro, máscara cirúrgica, óculos de proteção e etc;
- pacote de gaze estéril;
- cuba pequena para antissepsia;
- pinça para antissepsia;
- cuba rim para descarte;
- clorexidina alcoólica 0,5%;
- campo fenestrado estéril;
- agulha de aspiração 40 x 1,2 mm (18G);
- agulha de infiltração 30 x 0,73 mm (22G);
- seringa de 5 ou 10 mL para anestesia local;
- lidocaína 1 ou 2% com ou sem vasoconstritor;
- pinça Kelly curva;
- tesoura Metzenbaum (20 cm);
- bisturi com lâmina nº 15;
- dreno de tórax;
- sistema de drenagem fechado;
- fio inabsorvível.
- material para curativo.
- SF 0,9% 500ml
Quais as complicações do dreno
Precoces
- hemotórax: pode resultar de laceração em um vaso sanguíneo intercostal. É uma complicação potencialmente séria que pode exigir uma toracotomia de emergência; também há relatos de lesão iatrogênica no ventrículo esquerdo após a inserção do dreno torácico;
- laceração do pulmão: é mais comum, naqueles casos em que existe uma sínfise pleural prévia, causada por toracotomia ou processos inflamatórios pleuropulmonares no passado. O risco de lesar o pulmão é maior quando é utilizado o trocanter durante a técnica de drenagem;
Tardias
- hemotórax retido: se um hemotórax não for drenado adequadamente desde o início, pode coagular e dificultar a drenagem torácica. Além disso, pode atuar como um lócus de infecção e resultar em empiema.
Por uso incorreto da técnica
- Algumas complicações ocorrem pelo uso incorreto da técnica. Assim, apresentamos a seguir, o que não deve ser feito
- drenagem rápida de grandes volumes. A rápida mudança nas pressões pleurais e a reexpansão do pulmão anteriormente colapsado podem causar edema pulmonar de reexpansão, uma complicação potencialmente fatal.
- elevar o frasco selo de água ao nível do tórax do paciente, pois o líquido drenado irá refluir para a cavidade pleural;
- Abrir o clampe do dreno após a troca. Tenha em mente que manter o dreno clampeado pode resultar em pneumotórax hipertensivo, levando ao deslocamento do mediastino e eventual parada cardíaca.
Cuidados de enfermagem com o dreno de tórax
Vamos examinar de perto as práticas fundamentais que os profissionais de enfermagem empregam para o manejo desses dispositivos e promover o bem-estar dos pacientes.
- Observar o aspecto e a quantidade da drenagem
- manter uma boa fixação do dreno
- manter o frasco abaixo do nível do tórax
- manter o dreno conectado de forma adequada
- manter o frasco sempre com selo d’água e manter sua identificação correta
- manter a cabeceira elevada
- anotar a quantidade e aspecto drenado a cada 6 horas
- manter o curativo do local da inserção limpo
- realizar o curativo a cada 24 horas ou sempre que necessário
- verificar a oscilação da coluna líquida
- manter a extensão do dreno sem dobras
- manter clampe sempre aberto
- verificar se não há exteriorização do dreno
- manter a aspiração continua do frasco
- orientar o paciente e familiar sobre os cuidados com o dreno
Leave a Reply